Museu Municipal Apparício Silva Rillo

Museu Municipal Apparício Silva Rillo

São Borja é uma cidade localizada no Rio Grande do Sul, fundada em 1682 por sacerdotes Jesuítas juntamente com índios, onde formaram uma redução missioneira. São Borja foi o primeiro dentre os sete povoados construídos nesse Estado, mais conhecido como “Os sete povos das missões”. Atualmente, existe um museu com inúmeras peças que retratam esse período histórico, o Museu Apparício Silva Rillo, contendo um acervo de valiosas esculturas missioneiras e outros itens de imensurável valor cultural.

O museu foi instalado em 1969 na Travessa Albino Pfeifer nº 84, no centro de São Borja, o qual busca preservar a memória missioneira e o patrimônio cultural. Assim como vários espaços similares, o museu já teve outros nomes, sendo em 1974 chamado de Divisão de Biblioteca, Museu e Arquivo Histórico Municipal.

Somente em 1997, sob o decreto nº 2559, foi nomeado Museu Municipal Apparício Silva Rillo, em homenagem a Rillo, um prestigiado poeta, compositor e historiador com profundas inspirações na cultura missioneira e com a história dessa cidade.

O museu foi instalado em 1969 na Travessa Albino Pfeifer nº 84, no centro de São Borja, o qual busca preservar a memória missioneira e o patrimônio cultural. Assim como vários espaços similares, o museu já teve outros nomes, sendo em 1974 chamado de Divisão de Biblioteca, Museu e Arquivo Histórico Municipal. Somente em 1997, sob o decreto nº 2559, foi nomeado Museu Municipal Apparício Silva Rillo, em homenagem a Rillo, um prestigiado poeta, compositor e historiador com profundas inspirações na cultura missioneira e com a história dessa cidade.

Esse museu tem como missão ser um local de intercâmbio entre pessoas, culturas e conhecimentos, através da divulgação e valorização da história missioneira de São Borja, preservando assim, por meio de ações culturais, que atuam e interagem com a sociedade de São Borja, de forma dinâmica e contemporânea, amparadas através de estudos e pesquisa. Os museus são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas.

Os museus são como pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. São fontes de conhecimentos, acesso a cultural e uma oportunidade de conhecer melhor o passado. O museu Apparicio Silva Rillo reúne peças do período em que São Borja foi Redução Jesuíta, sendo vários artefatos criados no estilo Barroco Missioneiro. Essas obras em exposição no museu foram doadas por pessoas que as possuíam e outras estavam na antiga igreja missioneira, que na década de 1950 foi substituída pela atual. Outros itens em exposição são objetos de uso geral no século XVI e XX, dentre eles estão uma máquina de escrever, utilitários de são de cabeleireiro, mesa telefônica antiga e ainda, um busto de Apparício Silva Rillo esculpido recentemente, em argila por um artista local.

Barroco Missioneiro

São Borja é uma cidade cuja história de fundação, em 1682, remete ao período das Reduções Jesuítas no Rio Grande do Sul. Nessa região do país, foram criadas setes aldeamentos jesuítas que ficaram conhecidos por Sete povos das missões, sendo São Borja a primeira redução. Os jesuítas foram religiosos vinculados à ordem Companhia de Jesus, fundada em 1534 por Inácio de Loyola e com autorização da igreja.

A companhia assumiu, dentre outros, um compromisso com a evangelização e educação na Europa e América, porém, também tinha a missão de impedir o crescimento do protestantismo. Os jesuítas tornaram-se uma poderosa e eficiente congregação religiosa, tinha como um de seus princípios fundamentais a busca da perfeição humana por intermédio da palavra de Deus e a vontade dos homens

As reduções foram aldeamentos indígenas sob tutela jesuíta, ao longo de quase três séculos várias construções foram erguidas no atual Rio Grande do Sul. A obediência absoluta e sem limites aos superiores, a disciplina severa e rígida, a hierarquia baseada na estrutura militar, e a valorização da aptidão pessoal de seus membros, assim inicia-se o processo de catequização. A forma de levar a fé cristã aos índios era bem variada, desde catequese ao fim de certos hábitos comuns aos índios, como por exemplo, a nudez e a poligamia foram extintas. Um símbolo bastante emblemático das reduções jesuíticas foi a Cruz de Lorena

As artes foram massivamente exploradas, pois os sacerdotes acreditavam de ensinar de forma lúdica teria maior eficiência, então surgem poemas e poesias, algumas redações, quadros, teatro e em especial, as esculturas. As criações artísticas eram baseadas na religiosidade, muitas esculturas feitas à forma de santos católicos, também se deve levar em conta o estilo de arte desenvolvido na Europa.

Na reduções São Francisco de Borja, José Brasanelli foi o mentor de grandiosas obras, ensinou o ofício da escultura aos nativos.
Antes de se converter ao sacerdócio, estudou arquitetura, escultura e pintura em Roma, e aos 37 anos anos já estava no Brasil. Também foi autor do plano da aldeia e seus edifícios, incluindo a igreja e imagens sacras no estilo Barroco.

O Barroco foi um movimento de vanguarda artística dominante na maior parte do período colonial brasileiro, e os religiosos faziam uso da arte para educar e catequizar os nativos, isso auxiliou muito a coroa portuguesa no processo colonizador.

As características mais conhecidas do Barroco é sua dinamicidade, o drama, ornamento, fé a razão, além de facilitar a absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais pelos recém convertidos ao catolicismo, sendo eficiente instrumento pedagógico. No Brasil, ficou conhecido como Barroco Tardio, em virtude de que chegou ao país um pouco mais tarde em relação à Europa. Nas atuais cidades que sediaram as reduções, é possível encontrar obras de arte barrocas missioneiras e até mesmo, ruínas das antigas igrejas. 

Apparício Silva Rillo 

Apparício Silva Rillo foi poeta, folclorista, e escritor nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul em 1931, fixou residência em cidade de São Borja até o seu falecimento em 1995. Filho do engenheiro agrônomo e zootecnista Marciano de Oliveira Rillo e da dona de casa Lélia Silva Rillo, desde cedo acostumado aos hábitos campeiros no trabalho na estância da família. Durante o tempo de trabalho rural, manteve contato direto com os trabalhadores e costumes rurais. 

Ainda na capital gaúcha, Rillo se casa com Suzy Maciel em 1954, e nesse momento, muda-se para São Borja, a fim de trabalhar como contabilista em um distrito rural, Nhũ Porã. Já residindo em zona rural, mantém contato com pessoas da região e inicia seu trabalho cultural. Fundou o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Sete POVOS DAS Missões, cujo atual nome é Valdemar Teixeira. 

Durante o tempo em que morou em Nhũ Porã pesquisou a cultura e folclore local, ficando ainda mais interessado no tema. Publicou artigos, ensaios, livros, contos, poemas e poesias, sendo autor de uma vasta literatura. Conquistou algumas premiações, tais como o prêmio Ilha de Laytano em 1980 e o Prêmio Nacional de Crônicas em 1978, também foi membro da Academia Rio- Grandense de letras e da Academia da  Estância da Poesia Crioula.

Foi um apaixonado admirador da história missioneira, sendo um dos fundadores do Grupo Amador de Arte “Os Angueras” em 1962, que mais tarde, também   foi criado o museu Ergológico da Estância, que contém um pouco da história das estâncias do interior do estado. Rillo também ajudou a criar o Festival de Músicas para o Carnaval, dando início ao evento em 1967, e por consequência de sua participação, este festival atualmente se chama Festival de Músicas para o Carnaval Apparício Silva Rillo, o qual acontece anualmente e conta com competição de marchinhas de carnaval e escolas de samba locais. 

Rillo também foi responsável pela criação do hino, bandeira e do brasão de São Borja, também criou o hino de Cerro Largo e de Santa Rosa. Organizou as festividades em comemoração ao Tricentenário do município (300 anos). Durante o tempo de trabalho na prefeitura municipal, retomou as atividades da Biblioteca Municipal  e do Carnaval de rua com concurso de fantasias e desfile. Outra importante contribuição foi reativar a procissão de São João Batista.  

Referência

BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. Editora Fundamento, Curitiba, 2010.

CORDEIRO, Tiago. A grande aventura dos Jesuítas no Brasil. 1º Edição, São Paulo, Editora Planeta, 2016.

IPHAN. Instituto do patrimônio histórico e artístico nacional. Acesso em 14 de Novembro de 2020, disponível em http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural/detalhes/49/identidade

IBM- INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Arte Missioneira. Acesso em 14 de Novembro 2020, disponível em https://museudasmissoes.museus.gov.br/arte-sacra-missioneiera

MEDEIROS, Maria do Carmo Vieira de. Museu e sociabilidade: o papel do museu na educação patrimonial e incentivo à cultura. V Colóquio de história, perspectivas históricas: histografia, pesquisa e patrimônio, Campinas/ SP, 2011.

PORTAL DAS MISSÕES, acesso em 16 de Novembro de 2020, disponível em https://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1665/apparicio-silva-rillo.html

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Acesso em 10 de Novembro de 2020, disponível em http://www.unesco.org.br

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